Praça Roosevelt – os projetos

Muitos projetos e estudos já foram feitos para a Praça Roosevelt. Este trabalho de graduação da Gláucia Maia, USP São Carlos, mostra a história e os projetos da praça.
www.saplei.eesc.usp.br/tgi2007/…

Projeto de transformação da praça, feito por um grupo paulistano, para a mostra UIA Istanbul 2005.
www.vitruvius.com.br/institucional/inst98/inst98_08.asp

Novela Praça Roosevelt. Discussão sobre as intervenções e demolições propostas no local, no site do Fórum Centro Vivo.
www.centrovivo.org/node/760

Site de moradores e usuários da praça. Parece que a maioria é contra a demolição da laje pentagonal.
http://pracarooseveltsp.blogspot.com/

Praça Roosevelt – cleaning up

Since the end of last year the square with its concrete structures is awaiting demolition. As the demolition job is still stuck in legal and political processes, the secretary responsible for the area was obliged to open the space again to the public and clean the place up, until further decisions are made. After the elections in the end of this month we´ll probably see a next chapter in the short yet turbulent life of Praça Roosevelt. The removal of the walls revealed the spatial qualities of the original design. Nevertheless it is almost certain that the brutalist concrete structure will be demolished to make place for a new uncovered terraced layout, but who knows…

Photographic survey on October 21 2008

Cheong Gye Cheon river restoration

Documentary about the Cheong Gye Cheon river restoration project in the centre of Seoul, South Korea.
The river regained its symbolic value and leisure function in Seoul´s daily life. A 380 billion Won revitalization project took over two years to demolish the concrete expressway that covered the polluted stream from the 1970´s and to depollute the water along the 5.8 km tract.

Duration 20 minutes.

Cheong Gye spring

Location

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Experiment city

As usual the Germans are way ahead when it comes to ecological projects and temporary use of urban voids and abandoned buildings. This website bundles a number of these projects, research and contacts in Berlin, as well as a few international examples in – what a coincidence – São Paulo: They mention the Coopamare recycling program; reuse of factories by the cultural intstitutions SESC Pompéia and SESC Belenzinho; and Teatro da Vertigem, a theatre group that performed a play in 2006 on boats and riverbanks of the polluted Tietê river.
Various urban researchers and artistic projects are associated to the site, such as Urban Dialogues and Berliner Unterwelten.

See: www.experimentcity.net

Short documentary about Kuhlhaus Gleisdreieck

Medo do vazio

Os espaços na cidade que não são ocupados por prédios ou outras construções, e que tampouco são públicos como ruas ou praças, são os chamados “vazios”. Desde sempre os vazios fizeram parte da composição das cidades, sejam cidades planejadas ou não. Apareceram no tecido urbano como manchas de especulação durante o crescimento (São Paulo), como reservas do governo para desenvolvimento futuro (Almere, Holanda), como marcas da destruição (Berlim, Nova Iorque) e abandono (Detroit).

Aparentemente o que diferencia uma cidade de outra, não é a quantidade de vazios. A maioria das cidades modernas os possui, principalmente nas áreas industriais antigas. Mas podemos observar muita diferença na maneira que os vazios são utilizados. O vazio, sempre presente na cidade e inerente à dinâmica urbana, consegue em casos específicos exercer uma função social, coletiva, cultural e econômica sem ser ocupado por prédios. Isso ocorre nos casos onde atividades temporárias nos vazios estão sendo incentivadas.

Potsdamer Platz – 1965

Potsdamer Platz – 2002

Depois de testemunhar tantas revitalizações de áreas portuárias e pátios ferroviários centrais, o destino de todos os vazios urbanos parece óbvio: tornar-se parte do resto da cidade: habitação, escritórios, estádios etc. Quando ao arquiteto municipal de Berlim foi apresentado o desafio de reunir a parte oriental e ocidental da cidade depois da queda do muro, ele não teve dúvida: era pra preencher todos os buracos no mapa! Ou será que as coisas não são tão óbvias assim?

Na onda do urbanismo sustentável o vazio urbano se tornou ao mesmo tempo ovelha negra, por ser inimigo da concentração e densidade urbana, e herói, por abrigar pomares, hortas e outras atividades comunitárias “verdes”. Para o empreendedor de espetáculos culturais de massa, feiras etc., o vazio representa alto potencial econômico enquanto vazio e para o empreendedor imobiliário representa alto potencial quando for preenchido. Muitas vezes essas atividades são desenvolvidos no mesmo local em sequência, como no Potsdamer Platz (Berlim) e nas docas de Amsterdam.

Em São Paulo cobra-se IPTU e multas do lote vazio por contrariar a lógica da cidade – ser ocupado por edificações comerciais ou habitacionais, incentivando o preenchimento dos vazios. Apesar dos incentivos, muitos vazios permanecem, trancados, sem construções e sem atividades de curto ou longo prazo. Sobre os vazios nas cidades Brasileiras Christian Rocha escreveu: “À medida que os cidadãos só conseguem ou podem se relacionar com espaços construídos, à medida que os vazios urbanos tornam-se cada vez mais raros ou decadentes, reafirma-se a cidade como uma soma de espaços privados, segmentados e limitados por paredes, alambrados e cercas elétricas. A ausência de vazios urbanos úteis reduz a cidadania à capacidade de possuir um imóvel. Ao poder público, é a situação ideal: praças e parques exigem manutenção, gastos com iluminação e vigilância; imóveis particulares rendem IPTU. Não ocorre a ninguém, por exemplo, intensificar a aproximação entre iniciativa privada e espaços públicos — como já acontece nas feiras livres”

Chiyoda Ku – vazio central de Tóquio

Simone Loures Gonçalves Neiva e Roberto Righi explicam no artigo “A cultura e o espaço urbano no Japão” que as cidades Japonesas sempre possuem um vazio no meio da cidade. Os vazios e intervalos no Japão são de valor simbólico/religioso, não econômico/funcional. Mesmo em Tóquio com seu altíssimo preço do solo, uma área enorme não construída permanece no centro da cidade. Como no campo, a cidade Japonesa é fragmentada e dispersa, sem concentração de atividades no centro. O urbanismo modernista ocidental também trabalhava com vazios na malha urbana, por exemplo Brasília, mas por algum motivo no urbanismo atual não há mais lugar para o vazio, nem funcional nem simbolicamente. Ficou uma coisa do mal, um lugar escuro e inseguro, uma anomalia ruim, algo a ser preenchido o mais rápido possível. Ficamos com medo do vazio.

Leia mais:

A cultura e o espaço urbano no Japão. Artigo de Simone Loures Gonçalves Neiva e Roberto Righi, em arquitextos, portal Vitruvius, Agosto de 2008.
www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp482.asp

Da importância dos vazios urbanos. Blogpost por Christian Rocha em Gropius, Maio de 2003.
www.gropius.hpg.ig.com.br/oexp030521.htm

Vitória: a cidade, seus vazios, seus significados. Artigo por Fabiano Dias com réplica de Ricardo Rocha, em Minha Cidade, portal Vitruvius, Novembro de 2002.
www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc058/mc058.asp