Proposta ousada do arquiteto Eduardo Longo, prevendo a adaptação das lajes existentes da praça para formar um balneário público com piscinas e solário.
Além de evitar a cara demolição e revitalização da praça, proposta pelo poder público (e até hoje pendente), o projeto mantem as vagas valiosas sob a laje e propõe um uso popular, lucrativo e controlável, assim pondo um fim ao mal-uso e fechamento atual do espaço.
Perigosos vazios urbanos
Artigo no Estado de S.Paulo Quinta-feira, 19 de Junho de 2008 www.saopaulo.sp.gov.br/sis/…
“Os postos, segundo o levantamento, respondem por danos ambientais em 621 das 743 áreas contaminadas listadas pela Cetesb na capital. […]
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) mantém, há cinco anos, um Cadastro de Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo. Desde que ele começou a ser organizado, o número de áreas cadastradas como infiltradas por produtos químicos cresceu nove vezes – das 255 do início do cadastramento, para as 2.272 no ano passado. Somente em 2007, o número de áreas cadastradas cresceu 25%. As principais fontes de contaminação do solo são os postos de gasolina (77%), instalações industriais (14%) e estabelecimentos comerciais (5%).”
Áreas contaminados na Europa Holanda – 60.000 áreas contaminadas que necessitam ser remediadas urgentemente (www.vrom.nl) Alemanha – 55.000 áreas contaminadas (dados de 2001) (www.umweltbundesamt.de) França – 3.500 áreas contaminadas que necessitam de remediação (www.fasp.info) Bélgica, Região de Flanders: 7.000 áreas contaminadas registradas (www.ovam.be)
Projeto de recuperação de terreno contaminado em São Paulo (Museu aberto da sustentabilidade)
Arquitetas Adriana Blay Levisky e Anna Julia Dietzsch www.arqbacana.com.br/…
Nadia Somekh cita, como muitos autores, projetos urbanos na Espanha e Argentina. Segundo a autora, os projetos urbanos no Brazil não conseguem alcançar o patamar desses exemplos porque possuem índices muito inferiores de investimento pelo poder público, além de não utilizar todo potência dos instrumentos de participação popular nos projetos.
Falando do caso do centro histórico de São Paulo, ela destaca alguns planos e ações a partir de 2000 para melhorar as condições de trabalho, limpeza urbana e manutenção do espaço público central, resgate do centro como pólo de lazer, entretenimento e turismo. Em relação aos efeitos sociais do Estatuto da Cidade, ela é pessimista.
Puerto Madero, Buenos Aires 2008
Surgem algumas perguntas:
> Quais foram os projetos participativos no centro de São Paulo? (No artigo se fala muito nas parcerias público-privadas e pouco na participação popular)
> A orla de Barcelona e Puerto Madero são realmente bem succedidos do ponto de vista social e ambiental?
> Existe mais participação da população em Barcelona, Buenos Aires ou Milão?
> E se for o caso, é porque lá a população se importa mais em participar, ou porque lá existem estruturas mais abertas para ouvir a população e permitir que ela contribua com projetos e ideías?
Puerto Madero, Buenos Aires 2008
Fragmentos do artigo:
“O diferencial brasileiro, no entanto, reside na baixa capacidade do poder público em investir recursos em áreas de transformação urbana. […]
A principal crítica que se faz às operações urbanas principalmente de São Paulo, é a falta de Projeto global, com desenho urbano, transparência (superado pela existência de conselhos gestores) e efetiva redistributividade e impacto social positivo. […]
Entendemos que os instrumentos do Estatuto da Cidade se bem utilizados e articulados nos PD e nas operações urbanas, poderão constituir avanços consideráveis, garantindo espaços democráticos, participativos e ecologicamente equilibrados nas cidades brasileiras. No entanto, de nada servem instrumentos técnicos, sem a mobilização da população e a construção coletiva de uma cidade mais justa. É importante garantir espaços que permitam esta ação coletiva.
[…] no caso das OU [ Operação Urbana] Anhangabaú (1991) e da OU Centro (1997) poucos foram os resultados da aplicação desse instrumento.”
Uma das manifestações quase diárias na Avenida de Mayo, Buenos Aires
Detroit is famous for its automobile industries but also for its central wastelands. First the center, and then the first rings around the center have been abandoned by the population who moved to the suburbs. This means the city is hollowing out from the inside.
The project Driving Detroit explores 2.100 streets, 2.700 miles of the city, from downtown to 8 Mile. The drive is presented in photos and videos and clever mapping of recent buildings and abandoned ones.
A disputa pelo centro histórico de São Paulo está aquecendo. O espaço público central, conhecido pelo movimento intenso de pessoas durante o dia, funciona por um lado como espaço de comércio informal (camelôs) e fonte de materiais recicláveis (catadores); por outro lado como espaço de turismo, espetáculo e cultura, além de espaço para atrair investimentos.
Existe um forte desequilíbrio entre essas funções. As primeiras dominam hoje na região, e as segundas estão sendo promovidas pela elite por meio de vários programas de revitalização urbana, por exemplo na região da Luz e no Parque Dom Pedro II. O mais novo é a Aliança pelo Centro Histórico, uma aliança da prefeitura, o estado de São Paulo, associação Viva o Centro e a iniciativa privada (por exemplo a Bovespa). Objetivo do projeto é “limpar” o triângulo histórico da cidade, entre a Praça da Sé e os Largos de São Bento e São Fransisco, incluindo assim o Pátio do Colégio e a Praça do Patriarca.
A ação, que depois se espalhará pelo centro todo (Sé e República) prevê vigilância, limpeza de ruas, retirada dos camelôs, iluminação pública e encaminhamento de mendigos para assistência social e albuergues na região.
Movimentos sociais, cooperativas de reciclagem e camelôs temem a expulsão de trabalhadores informais, moradores de rua e catadores da área e estudam contra-ações e medidas legais para contestar o projeto.