Happy new year! Feliz Ano Novo!
And happy birthday for the blog Projetos Urbanos, 1 year.
Happy new year! Feliz Ano Novo!
And happy birthday for the blog Projetos Urbanos, 1 year.
Com 2 anos de atraso está saindo o projeto de reforma da Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, prevendo a retirada da laje pentagonal, escola, floricultura, supermercado e bases da polícia militar e guarda civil.
A prefeitura publicou no site a seguinte diagnóstica: “Por abrigar desordenadamente diversos equipamentos públicos e privados, a praça é de difícil acesso para as pessoas e contribui para a poluição visual da região central da capital paulista.” Além de ser uma frase curiosa, misturando alguns problemas e (pré)conceitos, inverte-se causa e efeito. É por causa do dífícil acesso com muitos desniveis e o aspecto decadente da laje, devido a falta de manutenção pública, que o complexo é considerado desordenado e até inseguro e desagradável. Parece então injusto o supermercado e floricultura levarem a culpa pela bagunça.
A partir deste projeto de revitalização quero questionar dois aspectos problemáticos do urbanismo paulistano atual:
1. A tendência obsessiva – talvez herança da ditadura e do movimento modernista – de separar funções e o público do privado.
Hoje já temos conhecimento o suficiente da complexidade da metrópole contemporânea, e do desempenho social de espaços monofuncionais e -culturais versus espaços com mistura de funções comerciais, residenciais, públicas e de lazer, formando espaços híbridos. Não tem por que repitir os erros antigos. As críticas frequentemente direcionadas aos espaços semi-públicos, como da tematização ou disneyficação, tratam dos maus exemplos. O desafio para a Emurb e a inciativa privada está ali.
Realmente, a Praça Roosevelt merece um paisagismo diferente e principalmente bons acessos, más isso não implica necessáriamente a retirada dos equipamentos. O projeto prevê áreas cobertas apenas para algumas funções públicas como um telecentro, negando a integração de público e privado que há por exemplo no Largo do Arouche onde restaurantes, floriculturas, brinquedos e a base móvel da polícia regulam juntos o uso social, a segurança e manutenção da praça.
2. A revitalização urbana promovida por meio da remoção e demolição de construções recentes.
Não é uma tendência tipicamente paulistana, há muitos exemplos europeus e norte-americanos de bairros populares cujo estoque de área construída está sendo radicalmente diminuido pelas demolições. A grande esperança dessas mega-demolições é que junto com o entulho, os traficantes, prostitutas, vándalos e moradores de rua também sejam removidos, para surgirem de novo em outro lugar obviamente. Para bancar o custo da demolição e da nova infraestrutura, o novo empreendimento visa ocupação futura por uma população com maior poder aquisitivo.
A impotência da arquitetura como construção física sem base econômica-social, pode ser observada na própria Praça Roosevelt depois da remoção do supermercado e escola. Os prédios foram invadidos logo em seguida, luzes apagadas e em menos que um mês o lugar se tornou um obstáculo onde os moradores não querem mais passar de noite. Na calçada paralela, onde ficam os bares e teatros, a vida urbana continua, olhando para a mesma laje de “poluição visual” a 5 metros de distância.
Prefeitura de São Paulo, 14-09-2006
http://centrosp.prefeitura.sp.gov.br/projetos/roosevelt.php
O Globo, 23-02-2006
http://oglobo.globo.com/sp/mat/2006/02/23/191952835.asp
Estado, 08-06-2007
http://txt.estado.com.br/editorias/2007/06/08/cid-1.93.3.20070608.5.1.xml
Folha de São Paulo, 08-12-2007
www.vivaocentro.org.br/noticias/clipping/081107_folhasp1.pdf
Uma serie de galpões na rua Borges de Figueiredo, Mooca, foi demolida este mês. Fazia parte do complexo das Industrias Matarazzo, perto do moinho Gamba, mencionado nesse post: www.projetosurbanos.com.br/2007/07/30/moinho-gamba-mooca/
Como muitas vezes acontece, infelizmente, os edifícios históricos foram derrubados pela iniciativa privada – para implantação de torres residencias – antes que o poder público conseguiu tomar decisões em relação ao tombamento e o futuro do local. A prefeitura e a população já sonharam de um parque linear na várzea do rio Tamanduateí.
Para realizar alguma parte desse sonho, precisaria agilizar os projetos e suas bases jurídicas, e talvez frear um pouco a onda atual de construção de condomínios fechados nos bairros industriais como Mooca e Barra Funda, ou vincular os projetos num projeto urbano mais abrangente. Em muitas cidades pelo mundo as áreas disponíveis da desindustrialização – ou sofisticação da produção – estão sendo reservas muito valiosas de terras perto dos centros metropolitanos. Essas reservas são cruciais para absorver crescimentos futuros sem perder área verde e de lazer.
Mais informação:
Demolição de galpões industriais na Mooca: descaso e impunidade, artigo escrito por Cristina Meneguello, Fernanda Valentin, Giancarlo Bertini e Manoela Rufinoni em Minha Cidade (Vitruvius).
O edifício São Vito, no centro de São Paulo ao lado do parque Dom Pedro, projetado no fim dos anos 50 por Aron Kogan, tem causado polêmica desde o fim dos anos 70 por sua decadência. Já nessa época se falava de implosão, uma solução que foi contemplada novamente pela prefeitura neste ano. O prédio de 27 andares com 624 apartamentos foi desapropriado em 2004 pela então prefeita Marta Suplicy para ser reformado seguindo o projeto de Roberto Loeb, prevendo a volta da população expulsa, após as reformas. Depois a gestão Gilberto Kassab concluiu que não havia enquadrar o projeto no sistema PAR (até 40 mil reais por unidade). Em geral tem sido dificil viabilizar condomínios verticalizados com altos custos comuns para esse grupo social no centro. Por outro lado sempre se fala da capacidade desses moradores para se organizarem e tocarem de maneira alternativa a reforma do próprio edifício.
Contudo o futuro do São Vito continua incerto, porque a implosão danificaria os vitrais o vizinho Mercado Municipal, patrimônio histórico. Além disso seria impossível sem implodir também o prédio vizinho, Edifício Mercúrio, que por enquanto continua ocupado.
Processo de intervenção urbanística: requalificação do edifício São Vito
www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc117/mc117.asp
Projeto de Rem Koolhaas para edifício São Vito durante o evento Arte Cidade
www.pucsp.br/artecidade/novo/koolhaas_outline.htm
Projeto de reforma por Roberto Loeb
www.cidades.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=1350&Itemid=0
Prefeitura de São Paulo quer demolir o edifício São Vito […]
www.vivercidades.org.br/publique222/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1143&sid=1
Prefeitura agora quer implodir o São Vito. Dimenstein.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/cbn/m_sp_101006.shtml
Luz no Fim do Túnel. Revista URB ano 5, No. 34 abril/maio de 2004.
www.vivaocentro.org.br/publicacoes/urbs/urbs34.htm
O vazio urbano ao lado do Teatro Oficina, projeto tombado da Lina Bo Bardi, tem sido palco de debates e conflitos entre arquitetos, o poder público, investidores e o diretor do teatro Zé Celso. O grupo Silvio Santos tentou viabilizar projeto de um shopping no local com arquiteto Júlio Neves. Depois de muito tempo Zé Celso resolveu aceitar a nova proposta de Brasil Arquitetura, incluindo espaço para realizar um Teatro de Estádio, antigo sonho dele. O projeto é até hoje polêmico, nem tanto por motivos de estilo arquitetônico, mas principalmente ao ponto de vista social.
01 Vista aérea do vazio
Neste artigo Marcelo Ferraz, um dos diretores de Brasil Arquitetura, relata os conceitos que usaram para o desenvolvimento do projeto, destaquando-o de outros shopping centers. www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq087/arq087_00.aspNesta coluna André de Oliveira Torres Carrasco critíca a construção no vazio do Bixiga. Embaixo do texto, no fórum de debates, Eric Verhoecks do Fórum Centro Vivo, comenta o caso. www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc149/mc149.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Oficina
www2.uol.com.br/teatroficina/forum/contardo.htm
02 Vazio no Bixiga
03 Teatro Oficina
04 Viaduto da Radial Leste